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Audiência com tema da Campanha da Fraternidade propõe ações para o ambiente

Uso de tecnologias sustentáveis, apoio a entidades ambientalistas, práticas de Educação Ambiental e fortalecimento da agricultura familiar, urbana e de cooperativas estão entre os encaminhamentos aprovados na Audiência Pública que aconteceu na manhã desta quarta-feira (09) no Plenário da Câmara Municipal.

O que aconteceu

A Audiência Pública foi solicitada pelos vereadores Tiago Almeida (Republicanos), Xavier (Republicanos), João Diego (Republicanos), Serginho Ribeiro (PSD), Sadi Kisiel (Republicanos), Rondinelle Batista (Novo), Hudson Moreschi (Podemos), Mauri Schaffer (PSD), Policial Madril (Progressistas), Dr. Lauri (MDB), Cabral (PL), Antonio Marcos (PSD), Contador Mazutti (PL) e Everton Guimarães (PMB), como objetivo de debater o tema proposto pela Campanha da Fraternidade 2025, que é “Fraternidade e Ecologia Integral”.

O encontro trouxe à sede do Poder Legislativo, além dos proponentes, os vereadores Cleverson Sibulski (União Brasil), Edson Souza (MDB), Alécio Espínola (PL), Fão do Bolsonaro (PL), Cidão da Telepar (Podemos), Valdecir Alcantara (PP) e a vereadora Bia Alcantara (PT). O deputado estadual Oziel Batatinha (MDB) foi representado pela assessora parlamentar Beatriz Mendes e o deputado estadual Marcio Pacheco (Republicanos) pelo assessor Eloir Alves.

Da Igreja Católica, compareceram Dom Aparecido Donizeti, bispo auxiliar de Cascavel e referencial da Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 2 da CNBB, padre Divo de Conto, coordenador diocesano de Pastoral, Ailton Lima, coordenador diocesano da Pastoral da Ecologia Integral, Jerry e Regiane Tristoni, coordenadores diocesanos da Equipe Permanente de Campanhas, e Olavo dos Santos, coordenador diocesano da Pastoral Política e ex-vereador.

Depois da abertura feita pelo vereador Xavier, que presidiu a Audiência, o presidente Tiago Almeida deu as boas-vindas aos presentes e o próprio Xavier explicou os objetivos e regras do encontro. Na sequência, o bispo Dom Aparecido fez sua fala, assim como o coordenador da Pastoral da Ecologia Integral, Ailton Lima. Depois a palavra foi aberta a todos os presentes e, após o debate, foram aprovados os encaminhamentos.

Encaminhamentos aprovados

1) Promover iniciativas que promovam o cuidado com o meio ambiente: Como a instalação de placas de energia solar, utilizar papéis usados para fazer blocos de rascunho, aprovar leis que incentivem o uso de tecnologias sustentáveis em prédios públicos, instalar coletores de resíduos recicláveis, orgânicos, rejeitos e especiais, criar programas que incentivem a adoção de práticas sustentáveis no dia a dia, promover a drenagem de águas pluviais, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, promover a limpeza urbana, coleta e manejo de resíduos sólidos de forma adequada e universal;

2) Apoiar o terceiro setor e projetos sociais que contribuam com o debate e a promoção da proteção socioambiental;

3) Estimular práticas voltadas a Educação Ambiental formal e não formal e pastorais que integrem a fé e o cuidado com a criação;

4) Promover espaços de diálogo e formação para a sustentabilidade;

5) Promover o compromisso com a justiça socioambiental e a dignidade da vida humana com especial atenção a Justiça climática, que é o conceito que reconhece que as mudanças climáticas afetam as pessoas de forma desigual, promovendo políticas e ações climáticas que considerem as necessidades das comunidades mais vulneráveis;

6) Promover e valorizar a agricultura familiar, a agricultura urbana e as cooperativas;

7) Parcerias com organizações que cuidem da vida a partir dos valores do Reino de Deus.

Propostas trazidas pela Regiane:

1) Gestão de recursos naturais: Proteger mananciais e reduzir o desperdício de água, recuperar nascentes, pontos com fontes para a população, fiscalização e atuação às fontes poluidoras;

2) Transporte sustentável: Investir em meios de transporte limpos, eficientes e com energias alternativas;

3) Resíduos sólidos: Destinar corretamente os resíduos sólidos, com ampliação da coleta seletiva e compostagem. Fortalecer com apoio fiscais e financeiro às cooperativas de reciclagem;

4) Áreas verdes: Investir em áreas verdes, como parques e praças. Respeitar as áreas verdes do município. Recuperar as que estão fragilizadas. Há espaços no município que pertencem ao município e que estão cobertas por resquícios de mata atlântica e de Araucárias; o município precisa urgentemente proteger essas áreas como, por exemplo, nos loteamentos novos próximos ao bairro Tropical. Criar mais unidades de proteção, parques ou reservas municipais. Fiscalizar e atuar no espaço rural, onde áreas verdes têm sido desmatadas para avanço de atividades agrícolas;

5) Educação ambiental:

•        Promover a educação ambiental em escolas e centros comunitários, objetivando conscientizar e educar para a preservação do meio ambiente e para a formação de cidadãos críticos, comprometidos com a justiça socioambiental.

•        Colocar placas informativas sensibilizando sobre a proteção da fauna e flora, com frases de impactos na defesa do meio ambiente nas principais vias da cidade e nas rodovias, com o objetivo de sensibilizar a respeito do meio ambiente.

•        Fazer uso dos vidros traseiros dos ônibus (transportes urbanos: “lotação”) para educação ambiental.

•        Desenvolver projetos de educação ambiental nas escolas municipais e estaduais, como festival e concursos de artes integradas: teatro, poesia, música, dança, cartazes, desenhos, teatros com premiação.;

•        Promover coleta seletiva e compostagem.

6) Ampliar a fiscalização ambiental: Fortalecer a fiscalização ambiental no município. Criar um canal que funcione 24 horas para denúncias de crime ambiental;

7) Planos de manejo: Elaborar planos de manejo de áreas protegidas;

8) Ofereçam subsídios e incentivos fiscais para práticas sustentáveis: Incentivar o pagamento por serviços ambientais, como manejo de solo e proteção de nascentes;

9) Unidades de conservação: Criar unidades de conservação municipais, principalmente nas nascentes de rios;

10) Diversidade de usos: Garantir uma diversidade de usos no solo, que possibilite o fácil acesso a serviços e utilidades urbanas;

11) Controle do adensamento: Controlar o adensamento urbano para adequar a capacidade de infraestrutura. Aperfeiçoar o planejamento urbano, determinando planos de manejos com zoneamento urbano adequado ao meio ambiente;

12) Ampliar a política de prestação de apoio aos animais. Construir e disponibilizar o espaço veterinário público e ampliar veículos móveis para prestar ajuda. Propor às empresas a adoção de animais abandonados, oferecendo a eles espaço digno, com os cuidados necessários: canil, alimentação, sombra, proteção contra chuva, serviço veterinário. Isso diminuiria os animais de ruas e desafogaria as ongs protetoras de animais. Propor às empresas cooperação e ajuda às ONGs protetoras de animais.

13) Recuperar a arborização urbana, nas ruas e praças. Promover mutirões de plantio e recuperação de áreas verdes, incentivando o cuidado com a natureza local;

14) Promover nas comunidades/sociedade em geral; roda de conversas, oficinas que abordem e reflitam temas como: a justiça socioambiental, mudanças climáticas, consumo responsável, desconstrução de notícias falsas, valorização das ciências, dentre outras iniciativas que motivem a mudança de comportamentos, incentivando práticas cotidianas mais sustentáveis como consumo responsável, economia ambiental, trocar o descartável por garrafinhas, etc.;

15) Promover campanhas socioambientais como: modos para economizar água e de redução de resíduos, criação de hortas, espaços de compostagem, projetos de energia limpa, reaproveitamento de água, reciclagem e redução de resíduos;

16) Motivar o uso de transporte sustentáveis como bicicleta: criação de ciclovias segura;

17) Colocar em prática as políticas de resíduos: Disponibilizar em vários locais da cidade locais para o descarte correto de produtos contaminantes, tais como:  medicamentos vencidos, lâmpada fluorescentes, pilhas, embalagens tóxicas, dentre outros. Orientar aos comércios de produtos contaminantes que tenham ofereçam locais de descartes e que coloque cartazes informativos, em lugar de fácil visão e de fácil leitura a informação para que o consumidor traga os produtos contaminantes.

O que é a Campanha da Fraternidade

A Campanha da Fraternidade é um modo da Igreja Católica celebrar a Quaresma (período entre o Carnaval e a Páscoa cristã), com temas de reflexão e ação propostos anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Apesar de promovida pelos católicos, a Campanha é ecumênica e convida outras denominações religiosas a participarem.

Em 2025 o tema escolhido é “Fraternidade e Ecologia Integral”, inspirado no lema retirado da Bíblia: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gênesis, capítulo 1, versículo 31).

Segundo o material de divulgação da CNBB, essa campanha busca: 1) Promover a conversão ecológica; 2) Conscientizar sobre a importância da preservação ambiental; 3) Integrar espiritualidade, justiça social e o cuidado com o meio ambiente; 4) Mobilizar a Igreja e a sociedade brasileira a agir em prol da preservação da Casa Comum; 5) Ouvir o clamor dos pobres e da Terra; e 6) Promover uma ecologia integral que conecta a fé cristã com a responsabilidade socioambiental.

A Campanha da Fraternidade 2025 tem algumas diretrizes: 1) Relaciona a preservação do meio ambiente com o legado de São Francisco de Assis; 2) Destaca a interligação entre as crises ambientais e sociais; 3) Propõe ações que integram espiritualidade, justiça social e o cuidado com o meio ambiente; 4) Promove projetos de ecologia com recursos da Coleta da Solidariedade; 5) Evoca a inter-relação entre o Criador e toda a criação; e 6) Destaca o ser humano como protagonista do cuidado.

Assessoria de Imprensa/CMC