A Câmara Municipal aprovou, na sessão desta terça-feira (22), o projeto de lei que cria em Cascavel a campanha Julho Verde, voltada à conscientização e prevenção do câncer de cabeça e pescoço. O PLO 81/2023, de autoria dos vereadores Cidão da Telepar (Podemos) e Policial Madril (PP), recebeu votos favoráveis de todos os parlamentares nas duas votações e agora segue para sanção do prefeito.
A campanha foi idealizada pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil) e apoiada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A escolha do mês de julho coincide com o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado em 27 de julho.
O Julho Verde tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço, já que isso proporciona maior eficácia no tratamento. Para os proponentes, a campanha é fundamental. “Com atividades voltadas à prevenção, haverá maior interesse da comunidade em estar atenta aos sinais precoces dessa doença, aumentando as chances de diagnóstico das lesões iniciais e, portanto, melhorando a perspectiva de vida das pessoas afetadas”, afirmaram os vereadores na justificativa do projeto.
Saiba mais sobre a doença
A patologia de tumores de cabeça e pescoço pode acometer a boca, a língua, o palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais. Assim, a doença engloba desde os tumores cerebrais e de boca até o câncer de tireoide e couro cabeludo. Quando é diagnosticada precocemente, são grandes as chances de sucesso no tratamento, mas o que mais preocupa os médicos é o fato de que 60% dos diagnósticos só têm sido feitos quando as chances de cura são menores e as sequelas já são maiores.
No Brasil, o câncer de cabeça e pescoço deve acometer anualmente de 35 mil a 40 mil brasileiros. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, é o quinto mais comum, ficando atrás do câncer de mama, tireoide, cólon e reto.
O câncer de cavidade oral é o sétimo mais comum no Brasil. Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de cigarro pode ocasionar a doença, assim como a exposição excessiva aos raios solares, é registrado aproximadamente 14 mil novos casos por ano, afetando especialmente homens a partir dos 40 anos, com hábitos de fumar e etilistas. As lesões iniciais costumam passar despercebidas porque não doem. A maioria dos casos tem diagnóstico tardio e, por conta disso, o tratamento acaba sendo mutilador e alterando a face do paciente que tem sua vida social prejudicada.
O HPV (papilomavírus humano) também está associado ao câncer de cabeça e pescoço. O diagnóstico da doença entre jovens (menores que 45 anos) tem se tornado frequente, decorrente de tumores originados pelo HPV.
A previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o Brasil, divulgada em 2023, era de que surgissem 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço naquele ano, incluindo nessa soma os cânceres de cavidade oral, tireoide e laringe. Se somarmos o câncer de pele melanoma, que também atinge a região da cabeça e pescoço, o número sobe para 48.530.
Conforme a estimativa, os novos casos se distribuiriam entre as regiões do país da seguinte forma:
- Sudeste (20.470)
- Nordeste (10.070)
- Sul (4.830)
- Centro-Oeste (2.760)
- Norte (1.420)
A letalidade é outro aspecto preocupante. Se incluído o câncer de pele que acomete a região da cabeça e pescoço, os tipos cancerígenos que acometem essas regiões estariam com o mesmo potencial letal que as doenças cardiovasculares, podendo ultrapassá-las em breve se não houver intensificação na prevenção e no combate a essas patologias.
Assessoria de Imprensa/CMC