Novos depoimentos foram tomados nesta segunda-feira pelos vereadores que integram o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Cascavel, instituído para investigar possível quebra de decoro parlamentar pelo vereador Mário Seibert (PMDB). A esposa do vereador, Marilei Izabel Seibert, atendeu a reconvocação do conselho e prestou depoimento, afirmando que sua indicação para o cargo de diretora da Secretaria de Cultura não teve qualquer influência do marido. Marilei também ressaltou que as declarações do vereador Mário Seibert, que culminaram com a instalação do Conselho de Ética, se deram ‘num momento de total descontrole emocional’. No mês passado, durante entrevista a um programa de TV, Mário afirmou que sua esposa estaria empregada para que, através de seu salário, pudesse pagar uma dívida pessoal contraída junto ao secretário de Obras do Município, Cléverson Thomé. “O empréstimo de R$ 50 mil já havia sido totalmente pago ao secretário quando eu peguei R$ 30 mil do Paraná Banco. Esse dinheiro foi utilizado para despesas pessoais”, disse.
Durante a oitiva, Marilei disse que o ex-vereador Marcos Rios (PMDB) acompanhava o marido na viagem a São Paulo, quando teria sido vítima de marginais que roubaram o dinheiro que seria aplicado em processo licitatório. Como é um nome novo no processo, o Conselho de Ética vai convidar o ex-vereador para prestar depoimento. “Ainda não temos uma data, mas deverá acontecer na próxima semana”, frisou o presidente do conselho, Jorge Lauxen (DEM).
Quem também compareceu para prestar depoimento foi o Chefe de Gabinete da Prefeitura, Luiz Lima. Assim como o secretário de Cultura, Júlio César Fernandes, ele afirmou categoricamente que o vereador Mário Seibert não exercia qualquer tipo de influência sobre a administração municipal no que se refere a nomeações. “O vereador não fazia parte da base de apoio ao prefeito na Câmara porque tinha a esposa empregada. Ele, aliás, sempre cobrava e exigia o atendimento das suas reivindicações”, frisou.
O ex-assessor do vereador Mário Seibert, Aguinaldo Carvalho, que seria sócio no empreendimento em São Paulo, assinou o ofício de convocação mas não compareceu. Ele deverá ser oficiado judicialmente.
Mesmo com o recesso parlamentar, os vereadores que integram o conselho marcaram reunião para esta quarta-feira (18) para decidirem os próximos passos.
LEGENDA
Chefe de Gabinete Luiz Lima em seu depoimento ao Conselho de Ética
CRÉDITO
Edson Mazzetto