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Dr. Sagae pede apoio dos vereadores para centro de referência em endometriose

No encerramento do Março Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a endometriose em todo o mundo, a Câmara Municipal recebeu nesta segunda-feira (31) o dr. Univaldo Sagae, presidente do Instituto Medicina, Saúde e Nutrição (IMSN), que veio falar e pedir apoio aos vereadores e à população sobre sua ideia de criação do Centro de Endometriose em Cascavel.

O que aconteceu

Após uma conversa com os vereadores na antessala, o dr. Sagae falou na tribuna antes do início da sessão ordinária, e teve a oportunidade de se dirigir a um Plenário repleto, quase que totalmente por mulheres que vieram para acompanhar as votações.

O médico, especialista em cirurgia do aparelho digestivo e uma das maiores autoridades brasileiras em endometriose e suas implicações no intestino, falou sobre a doença, que acomete cerca de 10 milhões de mulheres no Brasil e 170 milhões no mundo, todas em idade fértil.

“A endometriose é uma doença enigmática, pouco falada, pouco diagnosticada e tratada e é a principal causa de infertilidade e também de cirurgias em mulheres jovens, fora o parto”, disse ele. “É a doença da modernidade, que acontece com as mulheres mais ativas, mais estressadas, que se alimentam mal e não fazem atividade física. E que normalmente só se descobre depois de cerca de 15 anos do seu início, já que há pouca consciência a respeito”, explicou o dr. Sagae.

Ele explicou que muitas mulheres com endometriose acabam, por desconhecimento, sofrendo cirurgias mutiladoras e perdendo ovários, trompas, útero e até partes do intestino, por suspeita de câncer em uma doença que é benigna e desaparece “como que por mágica” assim que é atingida a menopausa. O dr. Sagae se tornou referência no assunto depois que provou em sua tese de doutorado na USP que 40% das mulheres com endometriose apresentam complicações no intestino.

“Eu tenho uma obrigação de fazer alguma coisa, de lutar para passar para frente esse conhecimento que adquiri”, declarou o médico. “Algumas doenças já têm muito avanço, como o câncer de mama, que já reduziu muito a quantidade de mortes e já há alternativas à mastectomia, ou o caso do câncer de próstata, que antes matava 50% dos pacientes e hoje não passa de 5% de letalidade. Mas na endometriose apenas 3% das mulheres atingidas recebe o tratamento correto”, defendeu o dr. Sagae.

Ele, que preside o IMSN e também é diretor de Estratégia da Gastroclínica, propõe a criação do Centro de Endometriose em Cascavel. “Seria um centro de referência nacional, algo que ainda não existe no Brasil, em que a gente não só trataria as pacientes, mas também poderia ensinar e produzir conhecimento sobre a endometriose, buscando mais qualidade de vida para as mulheres”, concluiu.

Assessoria de Imprensa/CMC