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Ex-presidente da Cohavel nega irregularidades

O depoimento mais aguardado pelos vereadores que integram a Comissão Especial de Inquérito (CEI) instituída para investigar denúncias de irregularidades na administração da Companhia Habitacional de Cascavel (Cohavel), foi tomado na tarde desta segunda-feira (20). O ex-presidente da companhia na gestão passada, Vilson de Oliveira, esteve na Câmara munido de vários documentos e foi inquirido pelos vereadores Marcos Rios (presidente), Valdecir Nath (relator) e Leonardo Mion (membro), que tem em mãos denúncias de eventuais irregularidades cometidas pelo órgão, principalmente no final da gestão, no ano passado.
Entre as denúncias está a de venda de terrenos antes mesmo de os imóveis serem repassados à Cohavel pela administração municipal, no dia 19 de dezembro através da Lei 5.097. Questionado a respeito, Vilson afirmou que tem em mãos documentos comprovando que obedeceu todos os critérios de seleção para beneficiar os inscritos e que nenhum imóvel foi comercializado antes da lei. O presidente da CEI, Marcos Rios chegou a citar o alvo das denúncias, um terreno localizado no bairro Neva vendido dois meses antes. O ex-presidente afirmou possuir documento comprovando que a Cohavel era legítima proprietária do imóvel desde abril de 2006. No que diz respeito ao preço, já que avaliações recentes estipulam o valor de R$ 50 mil para o lote que foi vendido por R$ 15 mil, Oliveira disse que a companhia tem a prerrogativa de vender a preço de custo ou até mesmo doar. Também negou ter recebido qualquer valor como ‘entrada’ em negociações de terrenos, conforme denúncia apresentada por uma compradora na última semana. Neste caso, a mulher afirmou que não pegou recibo dos R$ 2,5 mil que teria adiantado na negociação.
Sobre o órgão investigado também recaem denúncias de desvio de finalidade na aplicação de recursos do Fundeb que deveriam ser aplicados em obras de reforma de cinco estabelecimentos de ensino. Apresentando cópia do contrato assinado entre a administração municipal, secretarias de Obras e de Educação e Cohavel, Vilson argumentou que obedeceu todas as cláusulas e que os prazos não foram cumpridos por vários motivos, entre eles o não cumprimento por parte da empreiteira que venceu a licitação. “A mesma licitação que acabou cancelada pela atual administração”, frisou.
Mas, o ex-presidente da companhia não poupou correligionários e colegas da administração passada, afirmando que muitos assuntos eram discutidos apenas ‘na calada da noite’ e que a Secretaria de Obras passou a ter peso maior que a Chefia de Gabinete a partir do momento em que Luiz Lima assumiu a pasta. Tanto o ex-secretário como o ex-prefeito Lísias Tomé já foram convidados a depor na CEI.
Ao final, o presidente da comissão, vereador Marcos Rios, analisou o depoimento como positivo e ressaltou que Vilson de Oliveira contribuiu com vários subsídios para outros questionamentos. “Ficou claro que precisamos ouvir tanto o ex-prefeito quanto o ex-secretário Luiz Lima”, finalizou.



LEGENDA
Vilson de Oliveira forneceu subsídios para vários outros questionamentos ao ex-prefeito

CRÉDITO
Edson Mazzetto/Ass. Imp.