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Julio critica informatização da saúde e sugere quebra do contrato

Os vereadores que compõem a Comissão Especial de Inquérito (CEI) instituída para investigar denúncias de irregularidades na distribuição de medicamentos pela Farmácia Básica de Cascavel tomaram nesta terça-feira (16) os primeiros depoimentos. Foram ouvidos o presidente da Câmara Municipal, Julio Cesar Leme da Silva (PMDB) e o vereador Fernando ‘Bacana’ Dias Lima (PCdoB). Julio foi quem trouxe o assunto à tona depois de receber denúncias de usuários do sistema e também de servidores públicos. Já o vereador Fernando Bacana exerceu o cargo de secretário de Saúde no período entre abril de 2005 e fevereiro de 2006, contribuindo, portanto, com informações sobre o funcionamento da farmácia.
Julio iniciou seu depoimento lembrando que a denúncia, recebida no início de 2006, dava conta de desvios e comercialização de medicamentos da Farmácia Básica a terceiros. À época, o vereador fez visitas ao almoxarifado e vários locais de distribuição, ficando comprovada a total falta de instrumentos de controle de estoque.
Sobre a informatização do sistema, que poderia evitar novas fraudes, iniciado ainda em 2006 com a licitação para definição da empresa responsável, o atual presidente da Câmara lamentou a demora na efetiva implantação e chegou a sugerir a quebra do contrato por parte do Executivo, alegando ser lesivo aos interesses públicos. “O software é alugado e a locação tem prazo somente até o final de 2008. Até agora ficou só no papel. Portanto, a Prefeitura vai usufruir por muito pouco tempo pagando o valor absurdo de R$ 1,7 mi”, explicou, adiantando que já encaminhou ofício ao prefeito sugerindo a drástica atitude.
O vereador Fernando ‘Bacana’, ouvido na seqüência, reforçou todas as informações fornecidas pelo presidente Julio Cesar e adiantou que enquanto esteve à frente da Secretaria de Saúde determinou a elaboração de um relatório de compras de medicamentos para traçar um comparativo com períodos anteriores. “Notei uma aquisição demasiada de remédios, fora dos padrões, naquele ano que comandei a secretaria”, frisou, ressaltando que levou o problema ao conhecimento do prefeito Lísias Tomé. “Também estarei repassando esse levantamento aos vereadores da CEI”, adiantou.
À época, o então secretário ainda sugeriu ao prefeito a informatização do sistema, idéia que acabou acatada posteriormente. “Mas, eu tinha em mãos levantamento feito junto a algumas empresas e os valores giravam em torno dos R$ 500 mil. Fiquei surpreso quando soube que a empresa vencedora pediu R$ 1,7 mi para efetuar o trabalho que ainda não foi efetivamente implantado”, disse.
Sobre a sugestão de quebra de contrato, Bacana afirmou que seria prudente a revisão geral das cláusulas, no mínimo.



LEGENDA
Julio Cesar tornou pública a denúncia ainda em 2006

CRÉDITO
Edson Mazzetto/Ass. Imp.