O Parque Linear do Córrego Lajeado, que será construído na rua Sócrates, no bairro Floresta, receberá o nome do ex-vereador Rui Capelão, falecido em 2023. Foi aprovado nesta segunda-feira (17) o primeiro projeto de lei de 2025, de autoria dos vereadores Everton Guimarães (PMB) e João Diego (Republicanos), que trata da homenagem póstuma.
Na sessão, dirigindo-se aos familiares presentes de Rui Capelão, o proponente Everton Guimarães contou algumas histórias que soube diretamente da população do Floresta durante a recente campanha eleitoral. “Essas e tantas outras histórias me fizeram propor esse projeto de lei, junto com o vereador João Diego, muito pelo clamor de tantas pessoas, que diziam que ele era um homem que se desdobrava e amava muito aquilo que fazia”, disse ele.
Por sua vez, o outro proponente João Diego explicou o quanto era especial para ele, da zona norte da cidade, poder fazer essa homenagem. “Seu Rui Capelão pôde me conhecer desde criancinha, e eu pude conhecer aquele homem, aquele ser humano, com todo aquele contato dele com toda a comunidade, os empresários e até os músicos, os violeiros. Meu pai, Tião Irani, volta e meia cantava umas modas de viola com o seu Rui Capelão. E a partir de 2001 pudemos conhecer também o seu trabalho aqui nesta Casa de Leis. Nós que aqui estamos hoje devemos honrar essas pessoas que por aqui passaram e construíram essa história”, completou o vereador.
Quem foi Rui Capelão
Rui Capelão Cardoso era filho dos agricultores Ornélio Cardoso da Silva e Maria Conceição Capelão Cardoso. Nasceu em 11 de agosto de 1945, na localidade de Cafundó, distrito de Tabaí, cidade de Taquari (RS), lugar onde gostou de frequentar durante toda a sua vida. Ainda jovem mudou-se para outras localidades do distrito até completar a idade militar. Antes disso, Rui também foi professor de ensino fundamental em sua comunidade. Aos 18 anos, saiu de sua cidade para servir ao exército em São Gabriel (RS), por dois anos. Ainda no mundo militar, foi sargento, e após, passou a fazer parte do corpo de bombeiros, onde serviu também na cidade de Curitiba (PR), por 14 anos. Ao mudar-se para Faxinal do Céu, então distrito da cidade de Pinhão (PR), para trabalhar na corporação militar, foi convidado pela Copel para fazer parte do quadro funcional como Técnico em Segurança do Trabalho, empresa em que permaneceu por 17 anos, até se aposentar em 1997.
Rui foi chefe escoteiro em Faxinal do Céu e também em Cascavel, uma atividade que sempre prezou por propiciar boas práticas de comportamento e de trabalho em grupo, além de ensinar habilidades importantes aos jovens escotistas. Deixou o escotismo para uma atividade ainda mais desafiadora, agora na comunidade onde morou por 37 anos, o bairro Floresta de Cascavel, passando a exercer a presidência da associação de moradores local durante muitos anos, e se empenhando na interlocução com as autoridades para melhorias da comunidade, cheia de desafios àquela fase da jornada. Eventos para a comunidade no salão comunitário (e a sua conversão), melhorias na educação e a inclusão das crianças no esporte, eram seus maiores objetivos à época.
Quando Rui percebeu que poderia dar uma contribuição maior à comunidade, lançou-se candidato à Câmara de Vereadores. Exerceu dois mandatos eletivos, entre os anos de 2001 a 2004 e de 2013 a 2016. Durante a sua jornada política, Rui foi um incansável defensor do povo, buscando maneiras de preservar seus direitos e atender às reivindicações, sem perder de vista a integridade moral nas decisões públicas e o combate ao desperdício do dinheiro público.
Durante a vereança, Rui manteve contato direto com a população que representava, criando um escritório em imóvel próprio, e trazendo a maioria da assessoria para trabalhar junto à comunidade. Em um de seus mandatos, chegou a realizar em torno de 5.000 atendimentos somente em seu escritório do bairro, trazendo soluções para os problemas de muita gente. Como todo político, Rui teve seus apoiadores e desafetos, mas sempre buscou fazer o que achava honrado na vida pública.
Rui foi um incansável defensor e incentivador do desenvolvimento da região norte da cidade, recorrendo a todas as esferas públicas pata alcançar melhorias para os seus habitantes. Participou e fomentou diversas campanhas públicas, conversou com empresários e políticos de todo o estado, tentando trazer a atenção e investimentos para a região. Rui também foi coordenador da Associação dos Aposentados e Pensionistas da Copel, pois era muito benquisto em meio aos antigos colegas de trabalho.
Rui Capelão era casado com Célia Lúcia Cardoso há 45 anos e teve um filho e três filhas. Foi pai dedicado na providência da família e incentivador do pleno estudo a todos os seus filhos. Era gremista e amante da música sertaneja de raiz. Tinha facilidade em fazer amizades e discutir sobre todos os assuntos. Rui gostava do seu lar, construiu tudo para o bem estar da família e para buscar atividades que lembravam suas raízes, como arar, plantar, moer cana e outras atividades cotidianas que exercia na infância.
Rui Capelão Cardoso faleceu em 31 de outubro de 2023, aos 78 anos de idade, em sua casa no Floresta, em decorrência de um câncer no intestino.
Assessoria de Imprensa/CMC