O vereador Paulo Porto (PCdoB) reuniu-se nesta terça-feira (22) com a secretária de Assistência Social de Cascavel, Inês de Paula, para debater a construção da Casa de Passagem Indígena no município. Com o projeto já finalizado, a fase agora é de captação de recursos para o início das obras. A expectativa da secretária é que a construção inicie ainda no primeiro semestre de 2013.
Paulo Porto, que trabalha com comunidades indígenas há 13 anos, afirma que a Casa de Passagem será fundamental para resolver o problema social que se transformou a migração de índios, em especial os da etnia kaingangue oriundos da Aldeia de Rio das Cobras em Laranjeiras do Sul, que vem à Cascavel comercializar produtos confeccionados pela comunidade. “Eles [índios] vem à Cascavel para vender seus artesanatos, porém acabam tendo contato com o que a de pior de nossa sociedade; a drogadição, a mendicância, a miséria”.
Para o vereador, esse cenário é acentuado pela ausência de políticas de Estado para atender esses visitantes. “Ao ponto que não há políticas públicas para receber esses visitantes, a cidade acaba sendo o pior cenário para eles, pois entram pela porta dos fundos de nossa sociedade. Por isso é preciso políticas de Estado para que o município esteja preparado para receber essa migração”.
Essa realidade faz com que esses povos tradicionais sejam tratados como visitantes indesejados ou ainda "estrangeiros" dentro de sua própria casa. “É preciso lembrar que boa parte dessas terras da região foram áreas indígenas ou de rotas indígenas, por isso dentro da lógica deles é natural que eles façam esse processo de migração, de translado dentro dessas terras. Foram áreas usurpadas destes povos no passado”, destaca Porto.
Ao ter acesso à planta e detalhes do projeto, Paulo Porto avaliou de forma positiva o andamento. “A Casa de Passagem é uma bandeira de nosso mandato e iremos buscar intermediar a captação dos recursos necessários”. Junto a captação dos recursos para iniciar a obra, a discussão também gira em torno de quem irá gerir a Casa de Passagem. No entendimento do vereador, a responsabilidade deve ser da Funai (Fundação Nacional do Índio) em conjunto com a própria comunidade indígena.
O terreno previsto para a construção da obra é de 5 mil metros quadrados, com 730 metros de área construída. Serão duas casas com alojamentos – com espaço para cerca de 20 famílias – além de um centro de convivência, onde os indígenas poderão comercializar seus artesanatos.
Legenda: Paulo Porto e Inês de Paula discutem detalhes sobre a Casa de Passagem Indígena
Crédito: Victor Hugo Junior
